O regresso da eremita?
Pois é...depois de escassos, mas desesperados pedidos de actualização deste blog, decidi finalmente dar por terminada a minha clausura e escrever neste espaço novamente. Não...não estive exilada em nenhum mosteiro budista no Tibete em retiro espiritual...também não tive continuamente colada ao ecrã de televisão durante o mundial de futebol...e muito menos estive a esturricar ao calor na praia (como o Sr. Borges está actualmente). Estive muito simplesmente, com muito trabalho...Sim, é verdade...não acreditam...pois bem, numa só palavra: exames. Penso não ser necessário dizer mais nada...
Ultimamente tem-se igualmente assistido neste blog, a uma espécie de mudança de curso do objectivo principal, que é basicamente o debater questões entre (principalmente) duas pessoas. Neste caso, o Exmo Sr. Borges e eu própria. Assim decidi escolher um tema bem interessante e polémico para o meu regresso...
Alguns chamam-lhe arte. Outros apelidam-na de tortura. Uns dizem que se trata de respeito e coragem. Já outros dizem que se trata do alimentar da irracionalidade humana. Falo mais precisamente de uma tradição relativamente antiga na nossa cultura, mais preponderantemente na cultura latina-ibérica...a tourada. Em termos pessoais orgulho-me de dizer que faço parte do segundo grupo de pessoas que falei anteriormente (os que apelidam a tourada de tortura e irracionalidade). E passo a explicar porque...ou aliás...passo a explicar as razões que me levam a dizer que as touradas não fazem qualquer tipo de sentido, muito menos serem consideradas uma forma de arte. Existem claro a meu ver mil e uma razões para justificar isso, vou tentar colocar as principais e tentar claro, não me esquecer de nenhuma. Falarei sobretudo de aspectos que estão mais relacionados com a corrida à portuguesa, por ser o exemplo que melhor conheço.
1) Um dos argumentos mais utilizados e mais idióticos que geralmente são utilizados pelos aficionados, é o de que as touradas são necessárias à sobrevivência do touro bravo, pois caso estas não existissem, o touro bravo não teria qualquer tipo de papel na natureza e seria assim desnecessária a sua existência. Ora bem...primeiro, este argumento é absolutamente falso. A carne de touro bravo é por exemplo vendida em talhos e é perfeitamente comestível, julgo ser um tipo de carne menos tenra...mas ainda assim, é perfeitamente comestível e comercializável. Segundo, é incrivelmente ego e antropocêntrico julgar que a sobrevivência ou não de um animal ou a sua importância na natureza é condicionada em função do Homem. Isto é...em função de ser ou não necessário ao Homem. Estes animais simplesmente existem e a sua existência não tem que servir necessariamente algum propósito da espécie humana. O problema é a maioria dos seres humanos acharem que estão de alguma forma acima da cadeia animal, não se lembrando de que somos nós próprios igualmente animais...apenas mais uma espécie neste vasto planeta e ainda mais vasto universo. Para além de que os touros poderiam perfeitamente ser conservados na natureza em reservas naturais.
2) Existe também a eterna questão de a tourada ser uma forma de arte...uma dança entre o Homem e Touro. Um confronto entre David e Golias. Entre a força física e a força intelectual. Onde invariavelmente o Homem mostra o seu poderio e superioridade perante uma besta que impõe respeito. O desafiar da morte. A honra. A coragem...Pois bem, comecemos pelo início. Arte? Muito sinceramente, não vejo como cravar repetidamente um objecto afiado na espinha dorsal de um animal, provocando-lhe um imenso sofrimento físico possa alguma vez ser considerado uma forma de arte. A arte é suposto ser uma criação, que pode ser de várias naturezas, que prima pelo seu conteúdo estético. A tourada é tão estética quanto ver um assassino em série a torturar e a matar as suas vítimas. Claro que me poderão dizer que existe beleza na violência, não digo o contrário...agora façam um favor e não tentem racionalizar argumentos para justificarem isso...se alguém por exemplo, aprecia donas de casa a serem espancadas pelos maridos, é bom que não tente justificar esse fetiche com argumentos supostamente lógicos para poder suportar essa prática. É o caso das touradas. O ser humano sente invariavelmente um certo fascínio pela violência e destruição, e pessoalmente julgo que o apreciar da tourada não é nada mais que isso, que o fascínio irracional pelo sangue, pela morte, pela destruição. E isso justifica a existência das touradas, tal qual como existem? Não. Da mesma forma que o facto de uma pessoa se deleitar a ver uma dona de casa a ser espancada pelo marido, não justifica o acto do marido e muito menos torna esse fascínio aceitável ou mais correcto. Adiante...toda a questão da luta entre Homem e Touro. Essa luta supostamente renhida...não passa de uma grande ilusão, porque na verdade é invariavelmente o Homem que tem a melhor das hipóteses de vitória. É na verdade uma luta incrivelmente injusta. Não só para o touro, como também por exemplo para os cavalos envolvidos. O sofrimento destes animais é atroz. A batota começa a partir do momento em que cortam as pontas dos cornos ao touro, o que lhes reduz em boa medida e sua capacidade de orientação. Para além de que a as mazelas físicas não começam na arena, este é por vezes espicaçado nos currais para obviamente ficar mas fragilizado. Para além de que o barulho que este encontra na arena é extremamente perturbador e desorientador para o touro, estando provado que este fica muito baralho e com pior coordenação devido a esse factor. O cavaleiro está obviamente em posição de superioridade, em cima do seu cavalo a uma altura bastante superior à do touro. Claro que assim quem acaba por levar cornadas é o cavalo (que também sofre igualmente durante o espectáculo, não só com as cornadas do touro, mas também porque é espicaçado com as esporas do cavaleiro, para além do medo imenso que este visivelmente sente durante a corrida). Assim, salvaguarda-se o mui nobre e bravo cavaleiro... Com todos estes factores, claro que a luta se torna muito mais fácil. E claro, depois de vários minutos a correr às voltas pela arena e com várias farpas enterradas na sua coluna, o touro encontra-se muito mais fragilizado e obviamente...pronto para uma famosa pega. Para termos a noção do quão desigual é realmente esta luta basta apenas pensarmos na quantidade de touros que já morreram na arena, por comparação com a quantidade de homens... Ainda gostaria de ver, se muitos homens que se dizem de barba rija do mundo tauromáquico estariam dispostos a pegar um touro num estado perfeitamente sadio, vitalizado e em pontas... Aposto que muitos teriam de engolir em seco toda a sua masculinidade hipócrita... Por último, a questão da honra e da coragem...julgo sinceramente que os valores envolvidos nas práticas tauromáquicas pouco têm a ver com sentimentos de tal elevada ordem. Acho que estão sobretudos ligados à irracionalidade, à busca de adrenalina, ao fascínio pela violência, como já referi, ao preenchimento do ego (isto em alguns homens) através da adopção da postura macho-alfa/macho latino, ao desejo interior (da parte de algumas mulheres) por esse tipo de estereótipo masculino (o verdadeiro macho dominante, portanto...). Ou seja, está relacionado com muitos tipos de emoções e sentimentos, mas não com coragem, honra e muito menos com respeito (como muitos aficionados gostam de afirmar).
3) Finalmente...escusado será dizer que todo este processo é uma autêntica tortura. E por isso não faz qualquer tipo de sentido. Numa sociedade por vezes ainda "pequenina", onde as pessoas ficam chocadas quando alguém leva sapatos vermelhos rubi para um funeral, é no mínimo estranho que aceitem as touradas como algo de perfeitamente normal e até salutar. Mas continuando o meu raciocínio...o sofrimento (na corrida portuguesa) não acaba na arena. Os touros ficam por vezes dias a agonizar no seu sofrimento, até irem para o matadouro. Mas claro, o pior nem sequer é isso...há talvez um pequeno pormenor que as pessoas muitas vezes não se lembram...da mesma forma que as farpas foram cravadas no touro, também da mesma forma terão de ser retiradas...portanto...tentem imaginar que alguém vos espeta um arpão, imaginemos na barriga e agora imaginem que a mesma pessoa tira o arpão...como acham que será a sensação...? Bem...aparentemente nunca ninguém se lembrou de fazer esta pergunta aos touros, por isso presume-se que não será uma dor muito pronunciada... Para isso, seria preferível matar o touro na arena, onde pelo menos haveria um fim mais rápido para o seu sofrimento. O mais interessante é que aparentemente em Portugal muitas pessoas ainda acham que matar o touro na arena algo de relativamente chocante...pois...já dizia o ditado...longe da vista, longe do coração...assim pode-se sempre sair da praça airosamente em paz consigo próprio sem sequer pensar no destino do pobre touro.
Soluções? Bem...a verdade é que a tradição da tourada é uma prática incrivelmente intrincada na nossa sociedade...e é apenas com o passar das gerações e com a consciencialização das pessoas (que eu penso que acontece cada vez mais, felizmente) que as touradas possam um dia acabar. Entretanto, o importante é tentar salvaguardar o mais possível o bem-estar e direitos dos animais envolvidos neste espectáculo, a meu ver, lamentável. Uma possível medida que poderia ser tomada seria a adopção, como já foi feito em determinados países, de farpas que não perfurassem a pele do touro, ou então de algum tipo de protecção lombar no touro que não permitisse que a farpa o atingisse. Para além deste tipo de medidas é necessário apostar sempre tal como já referi anteriormente na consciencialização e sobretudo recordar às pessoas que ser-se humano significa apenas fazer parte de mais uma espécie entre as várias existentes à face deste planeta.
Peço desculpa pelo tamanho descomunal deste post...mas penso que apesar de tudo, vale a pena o esforço de se ler. Fico a aguardar opiniões, críticas, sugestões, ou até mais questões relativamente a este assunto, caso queiram pronunciar-se. Passo então a batata quente para as suas mãos Sr. Borges...o que tem a dizer sobre isto?
Over and Out.
Ultimamente tem-se igualmente assistido neste blog, a uma espécie de mudança de curso do objectivo principal, que é basicamente o debater questões entre (principalmente) duas pessoas. Neste caso, o Exmo Sr. Borges e eu própria. Assim decidi escolher um tema bem interessante e polémico para o meu regresso...
Alguns chamam-lhe arte. Outros apelidam-na de tortura. Uns dizem que se trata de respeito e coragem. Já outros dizem que se trata do alimentar da irracionalidade humana. Falo mais precisamente de uma tradição relativamente antiga na nossa cultura, mais preponderantemente na cultura latina-ibérica...a tourada. Em termos pessoais orgulho-me de dizer que faço parte do segundo grupo de pessoas que falei anteriormente (os que apelidam a tourada de tortura e irracionalidade). E passo a explicar porque...ou aliás...passo a explicar as razões que me levam a dizer que as touradas não fazem qualquer tipo de sentido, muito menos serem consideradas uma forma de arte. Existem claro a meu ver mil e uma razões para justificar isso, vou tentar colocar as principais e tentar claro, não me esquecer de nenhuma. Falarei sobretudo de aspectos que estão mais relacionados com a corrida à portuguesa, por ser o exemplo que melhor conheço.
1) Um dos argumentos mais utilizados e mais idióticos que geralmente são utilizados pelos aficionados, é o de que as touradas são necessárias à sobrevivência do touro bravo, pois caso estas não existissem, o touro bravo não teria qualquer tipo de papel na natureza e seria assim desnecessária a sua existência. Ora bem...primeiro, este argumento é absolutamente falso. A carne de touro bravo é por exemplo vendida em talhos e é perfeitamente comestível, julgo ser um tipo de carne menos tenra...mas ainda assim, é perfeitamente comestível e comercializável. Segundo, é incrivelmente ego e antropocêntrico julgar que a sobrevivência ou não de um animal ou a sua importância na natureza é condicionada em função do Homem. Isto é...em função de ser ou não necessário ao Homem. Estes animais simplesmente existem e a sua existência não tem que servir necessariamente algum propósito da espécie humana. O problema é a maioria dos seres humanos acharem que estão de alguma forma acima da cadeia animal, não se lembrando de que somos nós próprios igualmente animais...apenas mais uma espécie neste vasto planeta e ainda mais vasto universo. Para além de que os touros poderiam perfeitamente ser conservados na natureza em reservas naturais.
2) Existe também a eterna questão de a tourada ser uma forma de arte...uma dança entre o Homem e Touro. Um confronto entre David e Golias. Entre a força física e a força intelectual. Onde invariavelmente o Homem mostra o seu poderio e superioridade perante uma besta que impõe respeito. O desafiar da morte. A honra. A coragem...Pois bem, comecemos pelo início. Arte? Muito sinceramente, não vejo como cravar repetidamente um objecto afiado na espinha dorsal de um animal, provocando-lhe um imenso sofrimento físico possa alguma vez ser considerado uma forma de arte. A arte é suposto ser uma criação, que pode ser de várias naturezas, que prima pelo seu conteúdo estético. A tourada é tão estética quanto ver um assassino em série a torturar e a matar as suas vítimas. Claro que me poderão dizer que existe beleza na violência, não digo o contrário...agora façam um favor e não tentem racionalizar argumentos para justificarem isso...se alguém por exemplo, aprecia donas de casa a serem espancadas pelos maridos, é bom que não tente justificar esse fetiche com argumentos supostamente lógicos para poder suportar essa prática. É o caso das touradas. O ser humano sente invariavelmente um certo fascínio pela violência e destruição, e pessoalmente julgo que o apreciar da tourada não é nada mais que isso, que o fascínio irracional pelo sangue, pela morte, pela destruição. E isso justifica a existência das touradas, tal qual como existem? Não. Da mesma forma que o facto de uma pessoa se deleitar a ver uma dona de casa a ser espancada pelo marido, não justifica o acto do marido e muito menos torna esse fascínio aceitável ou mais correcto. Adiante...toda a questão da luta entre Homem e Touro. Essa luta supostamente renhida...não passa de uma grande ilusão, porque na verdade é invariavelmente o Homem que tem a melhor das hipóteses de vitória. É na verdade uma luta incrivelmente injusta. Não só para o touro, como também por exemplo para os cavalos envolvidos. O sofrimento destes animais é atroz. A batota começa a partir do momento em que cortam as pontas dos cornos ao touro, o que lhes reduz em boa medida e sua capacidade de orientação. Para além de que a as mazelas físicas não começam na arena, este é por vezes espicaçado nos currais para obviamente ficar mas fragilizado. Para além de que o barulho que este encontra na arena é extremamente perturbador e desorientador para o touro, estando provado que este fica muito baralho e com pior coordenação devido a esse factor. O cavaleiro está obviamente em posição de superioridade, em cima do seu cavalo a uma altura bastante superior à do touro. Claro que assim quem acaba por levar cornadas é o cavalo (que também sofre igualmente durante o espectáculo, não só com as cornadas do touro, mas também porque é espicaçado com as esporas do cavaleiro, para além do medo imenso que este visivelmente sente durante a corrida). Assim, salvaguarda-se o mui nobre e bravo cavaleiro... Com todos estes factores, claro que a luta se torna muito mais fácil. E claro, depois de vários minutos a correr às voltas pela arena e com várias farpas enterradas na sua coluna, o touro encontra-se muito mais fragilizado e obviamente...pronto para uma famosa pega. Para termos a noção do quão desigual é realmente esta luta basta apenas pensarmos na quantidade de touros que já morreram na arena, por comparação com a quantidade de homens... Ainda gostaria de ver, se muitos homens que se dizem de barba rija do mundo tauromáquico estariam dispostos a pegar um touro num estado perfeitamente sadio, vitalizado e em pontas... Aposto que muitos teriam de engolir em seco toda a sua masculinidade hipócrita... Por último, a questão da honra e da coragem...julgo sinceramente que os valores envolvidos nas práticas tauromáquicas pouco têm a ver com sentimentos de tal elevada ordem. Acho que estão sobretudos ligados à irracionalidade, à busca de adrenalina, ao fascínio pela violência, como já referi, ao preenchimento do ego (isto em alguns homens) através da adopção da postura macho-alfa/macho latino, ao desejo interior (da parte de algumas mulheres) por esse tipo de estereótipo masculino (o verdadeiro macho dominante, portanto...). Ou seja, está relacionado com muitos tipos de emoções e sentimentos, mas não com coragem, honra e muito menos com respeito (como muitos aficionados gostam de afirmar).
3) Finalmente...escusado será dizer que todo este processo é uma autêntica tortura. E por isso não faz qualquer tipo de sentido. Numa sociedade por vezes ainda "pequenina", onde as pessoas ficam chocadas quando alguém leva sapatos vermelhos rubi para um funeral, é no mínimo estranho que aceitem as touradas como algo de perfeitamente normal e até salutar. Mas continuando o meu raciocínio...o sofrimento (na corrida portuguesa) não acaba na arena. Os touros ficam por vezes dias a agonizar no seu sofrimento, até irem para o matadouro. Mas claro, o pior nem sequer é isso...há talvez um pequeno pormenor que as pessoas muitas vezes não se lembram...da mesma forma que as farpas foram cravadas no touro, também da mesma forma terão de ser retiradas...portanto...tentem imaginar que alguém vos espeta um arpão, imaginemos na barriga e agora imaginem que a mesma pessoa tira o arpão...como acham que será a sensação...? Bem...aparentemente nunca ninguém se lembrou de fazer esta pergunta aos touros, por isso presume-se que não será uma dor muito pronunciada... Para isso, seria preferível matar o touro na arena, onde pelo menos haveria um fim mais rápido para o seu sofrimento. O mais interessante é que aparentemente em Portugal muitas pessoas ainda acham que matar o touro na arena algo de relativamente chocante...pois...já dizia o ditado...longe da vista, longe do coração...assim pode-se sempre sair da praça airosamente em paz consigo próprio sem sequer pensar no destino do pobre touro.
Soluções? Bem...a verdade é que a tradição da tourada é uma prática incrivelmente intrincada na nossa sociedade...e é apenas com o passar das gerações e com a consciencialização das pessoas (que eu penso que acontece cada vez mais, felizmente) que as touradas possam um dia acabar. Entretanto, o importante é tentar salvaguardar o mais possível o bem-estar e direitos dos animais envolvidos neste espectáculo, a meu ver, lamentável. Uma possível medida que poderia ser tomada seria a adopção, como já foi feito em determinados países, de farpas que não perfurassem a pele do touro, ou então de algum tipo de protecção lombar no touro que não permitisse que a farpa o atingisse. Para além deste tipo de medidas é necessário apostar sempre tal como já referi anteriormente na consciencialização e sobretudo recordar às pessoas que ser-se humano significa apenas fazer parte de mais uma espécie entre as várias existentes à face deste planeta.
Peço desculpa pelo tamanho descomunal deste post...mas penso que apesar de tudo, vale a pena o esforço de se ler. Fico a aguardar opiniões, críticas, sugestões, ou até mais questões relativamente a este assunto, caso queiram pronunciar-se. Passo então a batata quente para as suas mãos Sr. Borges...o que tem a dizer sobre isto?
Over and Out.
11 Comments:
Tourada não é cultura, é tortura!!
independentemente do país ou século!
fika bem
Obrigada pelo teu comentário. Concordo em parte contigo...sim, sem dúdiva que a tourada é tortura, tal como explicito no meu texto. No entanto infelizmente faz parte da nossa cultura (pois determinadas práticas culturais nem sempre primam pela moralidade ou justiça). E sim...é reprovável independentemente do país ou tempo histórico. Aí não podemos cair no erro do relativismo. Existem simplesmente coisas que não são aceitáveis, ponto final.
Obrigada pelo teu contributo para este blog...e volta sempre.
Eu sou gosto de touradas! Adoro touradas (tanto que nem as vejo) mas dos poucos momentos k vejo na TV e por azar está a dar, ADORO VER quando os toureiros levam com um corno, e especialmente de ver os forcados a voarem mais alto, que qualquer pessoa consegue saltar!
Estou a ser sanguinário? Não. Eles só lá estão porque querem...
Susanita, wazzap???
epah ta bem escrito e tudo, mas pa mim, nao me akece nem arrefece...realmente tens razao em relaçao a mts coisas que disseste, e essa razao nao ta tiro, mas a tourada tem um ambiente e algo k sao inexplicaveis...eu ca continuo e continuarei (como bom ribatejano, amigo da boa vida, e das bubadeiras de meia noite, k sou) a ser um aficionado, que nao falta a nenhum tourada que possa ir, e de estar presente em todos os eventos tauromaquicos que possa...por que a afficion n se explica, existe e pronto..temos e k nos respeitar uns aos outros... pk esse sim, e o caminho po vosso objectivo...
o extremar de posiçao,ignorancia, estupidez e fanatismo de muitos deficientes da protecçao dos animais, e de mts aficionados, n ajuda em nd....axo k nos nos devemos respeitar primeiro(nao chamando nomes, nem agredindo tt verbalmente como fisicamente a kem gosta de ver) epah realmente isto so la vai c a mudança de mentalidades..e vdd! mas isso leva tmp, e como tudo na vida isso n pode ser a bruta...eu fui criado na aficion, orgulho me mt dela, e terei mt pena se os gajos das protectores de animais conseguirem o kerem...mas mm assim penso k n consiguiriam..barrancos manteve-se, pk n se manteria tb o ribatejo na ilegalidade??nos ribatejanos somos piores k os barrankanhos..ate seria mais fixe, a tourada underground.. pa mim sai uma mini, um prego e uma tourada a antiga...=)epah curto bue de ti, mas nisto n posso tar de acordo ctg, mm que concorde c alguns dos teus argumentos, mas isso tu ja sabes o k penso, e os contraargumentos k t dei...
PS-Corrige a parte dos cornos cortados... pk n sao cortados...sao embolados...dai k pareçam cortados..
O primeiro passo para o respeito, é começar por nós próprios, certo? Portanto, quando se faz um comentário, não se insultam, não se "classificam" os outros; tentamos ser melhores, certo? Aqui thruth_raven, "falhou"! Depois, independetemente de escrever como fala, todos têm direito a viver, dizem, estes !!! E, são os primeiros! Não importa se gostam, porque o seu comportamento é iquallitário quando se trata de outras tecnologias que acompanham e classificam os restantes daquilo que os "protectores" lhes chamam a eles! Roda viva! Portanto, a luta é uma escolha! Sem darem por isso, "há" quem jogue com os seres humanos, na mesma medida. A lei natural da causa e efeito é mais forte. Os seres humanos ainda comem carne, devoram egoísmo e orgulho, fomentam a fome e a guerra, usam-se uns aos outros, como se os seus espécimens de "animais" se tratassem e vamos perder energia com os aficcionados? Os livros ainda não são lidos, as aprendizagens estão por realizar. E, sabem que mais? Cada qual defende o caminho escolhido, portanto... devorem-se, embebedam-se, e sejam iguais... olhem para si!
Primeiro que tudo, obrigada por teres comentado...Ora vamos lá...
"Porque a afficion n se explica, existe e pronto..."
Exactamente. Tal como eu refiro no meu post, as razões que suportam a tal afficion são sobretudo de ordem irracional e emocional. Tal como tu disseste, não se explica. Porque simplesmente não há justificação lógica possível que suporte as actuais práticas tauromáticas.
"O extremar de posiçao,ignorancia, estupidez e fanatismo de muitos deficientes da protecçao dos animais ...xo k nos nos devemos respeitar primeiro(nao chamando nomes, nem agredindo tt verbalmente como fisicamente a kem gosta de ver)"
Sim. Neste ponto concordo contigo. Acho que de facto muitas atitudes por parte das pessoas de associações de protecção dos animais são incorrectas, por vezes violentas e irresponsáveis, pondo até em causa a credibilidade das suas causas. Obviamente que não defendo esse tipo de comportamento. Penso que as atitudes a ter serão no sentido da consciencialização e na procura de soluções não dolorosas para a prática das touradas.
Também acho que a questão do final das touradas deve ser veiculada através, sobretudo da mudança de mentalidades. Pois uma possível ilegalização teria resultados nefastos a meu ver. Como casos por exemplo de touradas ilegais.
De qualquer das formas...sabes que não consigo estar de acordo contigo e no entanto, apesar de referires a questão de as pessoas se respeitarem umas às outras...acho que sim..acho que esse respeito deve existir, mas isso não significa que sejamos relativistas. A prática das touradas não é aceitável, ponto final. É cruel e sanguinária, quer seja, em Portugal, Espanha, China, ou até na outra ponta do universo.
Obrigada mais uma vez pelo teu comentário, é sempre bom ter uma opinião do contra...
Beijinhos e volta sempre.
começou o "flaming" i tal..eu tou na net, eskrevo como kero k aki ngm m manda escrever assim ou assado..isto n e um exame de portugues A..nem de B kt mais A e tal...ah e tal n!!! lol
epah eu cm pessoa respeito a ideia dos outros, e espero ser respeitado, sou acerrimo defensor dos direitos da maioria dos animais, um dia se puder irei tirar biologia variante zoologia...mas n confundamos defesa dos animais com anikilaçao de tradiçoes...a e tal e retrogrado, isto e akilo...e vdd, mas ha kem goste..e o mais k devemos fazer e respeitar...
os livros n sao lidos? aprendizagens por realizar..bem uma coisa te digo ó gilana, se calhar tu propria n leste tt kt eu li, eu li dos dois lados da barricada, n sou um tipico aficionado ignorante..kem m conhece sabe como sou...
"Os seres humanos ainda comem carne, devoram egoísmo e orgulho, fomentam a fome e a guerra, usam-se uns aos outros, como se os seus espécimens de "animais"."-Minha Jovem...Terra pa jovem...a vida é assim..ou t adaptas ou a seleçao natural acaba ctg...eu tb ja fui utopico(e ainda sou um pouco) mas já n sou inocente o suficiente pa acreditar k isto alguma vez mudará...o mais k posso fazer e aprender, e fingir ser manipulado, de modo a poder manipular kem me ker manipular..e mais t digo, se ainda houvesse lutas de Gladiadores estaria la na linha da frente, a gritar por eles!!! a Sadenfreud e algo inerente ao ser humano, é impossivel renegala honestamente, pois no fundo todos gostamos dela!! acorda pa vida!
"Sem darem por isso, "há" quem jogue com os seres humanos, na mesma medida"-WOW...spanking news...lol jura...smp os houve, e smp os havera...a kestao e nos tornar nos num deles...
"Os seres humanos ainda comem carne, devoram egoísmo e orgulho, fomentam a fome e a guerra, usam-se uns aos outros, como se os seus espécimens de "animais" se tratassem e vamos perder energia com os aficcionados?"- ya essa e a condiçao humana...renegala e renegar a humanidade..a kestao e k lutar nas guerras por uma causa e nao por um partido!!!
"sabem que mais? Cada qual defende o caminho escolhido, portanto... devorem-se, embebedam-se, e sejam iguais... olhem para si!"-Bem...ser igual..tipo ya..planeio continuar a ser eu proprio..embebedarme? tds os fds...olhar pa mim? c tt copo isto ja n se ve nd!!! lol(kem diria k sou estudante de enfermagem han??? LOL)
epah no final disto tudo minha jovem..so tenho uma coisa a dizer t- Life is lame..all we gotta do, is to try to live as best as we can with its imperfections...and that's exactly waht i do! im not bent on changing the world anymore..well sometimes..i prefer to get the most of it while i can..even if have to exploit this or that to do it...
já os romanos o diziam..ai dos vencidos...nos temos e k vencer!! =)) k vergonha eu a dizer isto..kem m viu na psico e kem m ve agora na enfermagem...lol sou uma desgraça..mas o ppl curte m assim, e eu curto m assim..so WHO CARES?? .lol
Ora bom, cara Dra Lopes!
Antes de mais, obrigado por ouvir ás nossas preces, e dar um novo folgo a este blog!
No que toca a tourada, não posso falar muito, é um espetaculo que me passa ao lado. Não conseguindo apontar mais nenhum ponto a favor dela a não ser de facto, a manutençao da raça bovina denominada por 'raça brava', agora, surge a questão se a manutenção de esta espécie será importante para o mundo, não sei, também não vejo vantagens em criar animais para depois lhes espetar farpas, nos ultimos anos, tem-se feito uma politica por parte da UE para a manutenção de raças animais autóctones das várias regioes, em Portugal assistiu-se a recuperação e mantimento de efectivos de várias raças bovinas (e não só), num entanto, veja-se, as vantagens económicas de tal, encontram-se, penso, perto do zero... A raça brava, e a Dra Lopes estará dentro do comércio das carnes, não fornece das melhores carcaças para comércio de carnes (isto quer a nivel de qualidade e de quantidade de carne), as fêmeas da raça brava não são nenhumas exímias productoras de leite, ou seja, a utilidade económica desta raça (é triste falar-se disto assim, mas, é a nossa realidade) rege-se pelo 'espetáculo' das touradas.
Isto é a área onde me sinto com algum à-vontade a deixar alguns argumentos/opiniões.
No que toca ao espetaculo taurino em si, vejo aquilo como um misto de coragem/estupidez, eu NÃO ia para o pé daqueles animais a atiçar os mesmos, mesmo animais mansos já é perigoso, vai lá ver estes! Logo, quando o nosso amigo synch diz gosta de ver quando o belo do forcado leva com o afiado corno em cima, tambem solto a minha gargalhada, e, não sinto muita pena dos que morrem, foram para lá porque quiseram!
O ambiente, a coisa toda da tradição, quem quiser que a siga, são eles que poem o espetaculo a andar, assim como se passa no futebol, nos reality shows, na musica, etc.
Não sei se fui muito conclusivo, ou se não disse nada de geito, mas a ideia do comentário referia-se mesmo a manutençao da raça brava!
Note-se tambem, que graças aos espanholitos que têm por lá um cavaleiro todo cromo que anda por aí a maltratar touros por além fronteiras, a bela que ele faz, ao utilizar como companheiros, a nossa raça equina, o cavalo lusitano (um raro? caso onde batemos os espanholitos aos pontos!)
por falar em raças! aqui vos fica algo sobre raças bovinas nacionais (conheçam os bois do nosso país!)
http://www.vetpermutadora.pt/bovinos_racas.htm
realmente, só eu para na própria manhã em que tive o belo do exame de biologia vegetal, seguido de um de zootecnia, deixar um post com uma boa parte da materia do exame!
Só umas pequenas ressalvas:
A determinado ponto no comentário de Truth_Raven este diz, «Corrige a parte dos cornos cortados... pk n sao cortados...sao embolados...dai k pareçam cortados..».
Pois bem, não corrigi este aspecto porque sinceramente duvido seriamente dele. Tenho quase certeza de que em muitos casos as pontas dos cornos do touro são realmente cortadas. E digo isto porque, os embolos de facto por terem pontas rectas podem dar a falsa impressão de que as pontas estão cortadas, mas a questão é na verdade, que os touros têm por norma cornos bastante compridos e como se pode observar na maioria das touradas os cornos destes estão na verdade com menor tamanho. Para quem já viu o comprimento médio dos cornos destes animais, nota de certeza a grande diferença. Por isso, sinceramente continuo a achar que em muitos casos as pontas são de facto cortadas.
A determinado ponto no cometário de Anonymous este diz, «A raça brava, e a Dra Lopes estará dentro do comércio das carnes, não fornece das melhores carcaças para comércio de carnes (...), as fêmeas da raça brava não são nenhumas exímias productoras de leite, ou seja, a utilidade económica desta raça (...) rege-se pelo 'espetáculo' das touradas.»
Sem dúvida. E essa é precisamente a questão. Os touros bravos são utilizados para aproveitamento em touradas, pura e simplesmente porque esse é o aproveitamente mais rentável...ponto final. Portanto, toda a conversa de as touradas serem a única forma de manterem a espécie do touro bravo, não passa simplesmente de uma falácia e de uma desculpa bastante esfarrapada, diga-se, que esconde em parte as verdadeiras motivações por detrás desta práctica...numa palavra: dinheiro. O único aspecto que aqui se mantém é a rentabilidade para o ser humano. Para além de que a existência de outras espécies não têm que estar condicionadas pela maior ou menor rentabilidade para o ser humano (por ex. pensar que a existência das formigas não faz sentido, só por que estas não podem ser aproveitadas ou rentabilizadas pela espécie humana, isto é, que não nos são úteis).
Já agora, fica aqui um conselho...procurar no dicionário ou no google a palavra antropocentrismo.
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