Avanço tecnológico... uma treta?
Ultimamente tenho dado comigo a pensar no passado, e em como as coisas eram em geral mais bem construidas, de uma melhor qualidade, robustez superior e, consequentemente, mais duradoras... Será?
«Isto antigamente é que era!!!»
Estranhamente não é uma afirmação assim tão rara, sobretudo nas classes etárias mais velhas, ou seja, as classes etárias que de facto presenciaram o "antigamente". Para descortinar esta questão, nada melhor que a atacar pelo ponto de vista de um Engenheiro.
E para começar, nada como arranjar um exemplo que tenha sofrido uma enorme evolução ao longo dos anos, e cuja importancia para a sociedade lhe confira um estatuto de vital para o ser humano. Algo que não detenha apenas um lado funcional, mas que consiga também ostentar um carácter lúdico e uma beleza digna de apreciação artistica. E porque não um carro? (tipico)
No entanto, dado ao tamanho da oferta deste mercado, é impossível fazer uma comparação deste género, uma vez que os segmentos automóveis têm vindo a sofrer várias alterações desde à 15 anos atrás para cá... Ou talvez não...
Existe um segmento automóvel que sempre se distinguiu de todos os outros, uma classe que apesar da evolução constante do sector se manteve perfeitamente diferenciada de todas as outras... Estou a falar, é claro, dos Supercarros! Estes são aqueles carros que não passam de um sonho para o mais comum dos mortais, cujos posters cobrem paredes e armários de jovens sonhadores, que têm a capacidade de fazer esboçar um sorriso ao ser humano mais carrancudo com um simples movimento no pé direito.
Está então na hora de saber se os supercarros construidos na geração dos D'ZRT são ou não melhores que aqueles que eram feitos quando os ONDACHOC rulavam...
À primeira vista, a evolução só trouxe vantagens: mais potência, menos peso, melhores chassis, suspensões mais eficazes, pneus com mais aderência, menores consumos(se bem que, tendo em conta o tipo de carros que estamos a analizar, qualquer consumo abaixo dos 87L/100 já é considerado muito bom), maior facilidade de condução, mais segurança, maior conforto, e muito, mas mesmo muito mais tecnologia. Mas isto não é o filme todo...
Num embate directo em aceleração, um Pagani Zonda, por exemplo, que é feito em laboratório com materiais da era espacial, por senhores de bata branca e com um motor de 7.3L é batido aos pontos por um Jaguar de à doze anos atrás, com menos de metade da cilindrada e feito de materiais que eram desenterrados do chão por homens em calças de ganga. Um Ferrari Enzo, o pico desta geração de supercarros, cuja velocidade máxima é de 360km/h é dizimado pelos 390km/h do MaclarenF1 com 11 anos!!!
Como seria de esperar nestes tempos de crescente responsabilidade social, estes supercarros são muito mais seguros para as pessoas que os conduzem e para as pessoas que atropelam... São mais fiáveis que os antigos e são mais amigos do ambiente.
Estes carros são como um discurso do nosso primeiro ministro, ou um anúncio televisivo sobre pensões (que no fundo vai dar ao mesmo), "eles estão a construir um futuro melhor para as nossas crianças e um amanhã mais seguro e limpo."
... but that's not the point!
É suposto os supercarros passarem a ferro o Zé Milho, e depois, passarem-no a ferro outra vez, só para se certeficarem! São desenhados para derreter as calotes de gelo, matar os pobres, envenenar os lençois de água, destruir a camada do ozono, dizimar as vida selvagem indígena e tranformar todo o terceiro mundo num enorme deserto inabitável... mas só depois de acabarem com todo o petróleo.
E o que é verdade é que os supercarros de agora não cumprem a ideologia. A evolução não alterou só o lado material... alterou também a filosofia da coisa... E isto é o mesmo que virem agora, passado estes anos todos dizerem-nos que o chocolate não faz bem aos dentes que que em vez disso vamos todos comer um polimero sintetizado com ligeiro aroma a chocolate... hummm...
Claro que é uma evolução da qual benificiamos todos no sentido em que deixamos de ficar com uma boca que mais parece uma mina de chumbo, cujo aroma se assemelha a uma fabrica de adubos químicos. Era na essência a coisa correcta a fazer, mas...
Acho que continuava a preferir o chocolate...
Saúde
«Isto antigamente é que era!!!»
Estranhamente não é uma afirmação assim tão rara, sobretudo nas classes etárias mais velhas, ou seja, as classes etárias que de facto presenciaram o "antigamente". Para descortinar esta questão, nada melhor que a atacar pelo ponto de vista de um Engenheiro.
E para começar, nada como arranjar um exemplo que tenha sofrido uma enorme evolução ao longo dos anos, e cuja importancia para a sociedade lhe confira um estatuto de vital para o ser humano. Algo que não detenha apenas um lado funcional, mas que consiga também ostentar um carácter lúdico e uma beleza digna de apreciação artistica. E porque não um carro? (tipico)
No entanto, dado ao tamanho da oferta deste mercado, é impossível fazer uma comparação deste género, uma vez que os segmentos automóveis têm vindo a sofrer várias alterações desde à 15 anos atrás para cá... Ou talvez não...
Existe um segmento automóvel que sempre se distinguiu de todos os outros, uma classe que apesar da evolução constante do sector se manteve perfeitamente diferenciada de todas as outras... Estou a falar, é claro, dos Supercarros! Estes são aqueles carros que não passam de um sonho para o mais comum dos mortais, cujos posters cobrem paredes e armários de jovens sonhadores, que têm a capacidade de fazer esboçar um sorriso ao ser humano mais carrancudo com um simples movimento no pé direito.
Está então na hora de saber se os supercarros construidos na geração dos D'ZRT são ou não melhores que aqueles que eram feitos quando os ONDACHOC rulavam...
À primeira vista, a evolução só trouxe vantagens: mais potência, menos peso, melhores chassis, suspensões mais eficazes, pneus com mais aderência, menores consumos(se bem que, tendo em conta o tipo de carros que estamos a analizar, qualquer consumo abaixo dos 87L/100 já é considerado muito bom), maior facilidade de condução, mais segurança, maior conforto, e muito, mas mesmo muito mais tecnologia. Mas isto não é o filme todo...
Num embate directo em aceleração, um Pagani Zonda, por exemplo, que é feito em laboratório com materiais da era espacial, por senhores de bata branca e com um motor de 7.3L é batido aos pontos por um Jaguar de à doze anos atrás, com menos de metade da cilindrada e feito de materiais que eram desenterrados do chão por homens em calças de ganga. Um Ferrari Enzo, o pico desta geração de supercarros, cuja velocidade máxima é de 360km/h é dizimado pelos 390km/h do MaclarenF1 com 11 anos!!!
Como seria de esperar nestes tempos de crescente responsabilidade social, estes supercarros são muito mais seguros para as pessoas que os conduzem e para as pessoas que atropelam... São mais fiáveis que os antigos e são mais amigos do ambiente.
Estes carros são como um discurso do nosso primeiro ministro, ou um anúncio televisivo sobre pensões (que no fundo vai dar ao mesmo), "eles estão a construir um futuro melhor para as nossas crianças e um amanhã mais seguro e limpo."
... but that's not the point!
É suposto os supercarros passarem a ferro o Zé Milho, e depois, passarem-no a ferro outra vez, só para se certeficarem! São desenhados para derreter as calotes de gelo, matar os pobres, envenenar os lençois de água, destruir a camada do ozono, dizimar as vida selvagem indígena e tranformar todo o terceiro mundo num enorme deserto inabitável... mas só depois de acabarem com todo o petróleo.
E o que é verdade é que os supercarros de agora não cumprem a ideologia. A evolução não alterou só o lado material... alterou também a filosofia da coisa... E isto é o mesmo que virem agora, passado estes anos todos dizerem-nos que o chocolate não faz bem aos dentes que que em vez disso vamos todos comer um polimero sintetizado com ligeiro aroma a chocolate... hummm...
Claro que é uma evolução da qual benificiamos todos no sentido em que deixamos de ficar com uma boca que mais parece uma mina de chumbo, cujo aroma se assemelha a uma fabrica de adubos químicos. Era na essência a coisa correcta a fazer, mas...
Acho que continuava a preferir o chocolate...
Saúde
1 Comments:
Bom tema, gostei.
Logo ao inicio pensei para comigo "uhm...vou gostar de comentar este tópico!" mas a palavra "supercarro" fez-me pensar melhor...e comentar na mesma.
Para mim os autómoveis tem dois publicos em geral: os que gostam de mecanica/modelo e se interessam minimamente em saber como aquilo trabalha e os que querem "aquilo" para os levar "aqui e ali", dos quais fazem parte todos aqueles que se querem armar em espertos.
A mecanica, pura e dura, já teve o seu tempo. A tecnologia trouxe bastantes melhoras...mas tirou a piada.
Quem, nos idos anos 70/80, pegava alegremente num Mini 1275GT (ou até um 1000! E quem diz Mini diz qualquer carro da epoca...) e se divertia a trocar colectores para montar uns Webber ou uns Dellorto, "cabeças de 8 janelas", radiadores de oleo, etc, fazia-o pelo gozo que dava sem pensar em consumos ou ambiente. Hoje, obviamente, tem de ser diferente...mas admitamos, "afinar" motores com um PC? Centralinas?
Mas felizmente quem quiser viver "na moda de há uns anos atrás" ainda o consegue fazer, com um pouco mais de dificuldade mas consegue.
Já na categoria dos que apenas querem carro para "andar" e fazer boa figura entram aqueles que preferem caixas automáticas por não saber sequer como funciona uma manual, os que pensam que o "regime" do motor acabou no 25 de Abril e os que compram Lamborghinis Murcielagos julgando que fazer marcha atrás é pera doce...
Isto antigamente é que era...
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