quarta-feira, março 29, 2006

Dark side of the force? Force of the dark side?

Bem...primeiro que tudo, penso que devo um pedido de desculpas não só ao meu colega Sr. Borges, mas também a todos os nossos leitores, pela minha temporária ausência deste blog. Infelizmente a minha falta de inspiração aparenta ser crónica nestes tempos que correm, agravada obviamente pela drástica notícia do começo de mais um reality-show da TVI, neste caso, o muito bem denominado "Circo das Celebridades" (nunca um nome se adaptou tão bem a um progama deste género). Mas pior do que isso, é mesmo o facto do José Castelo-Branco (o extra-terrestre mais abichanado que os terráceos já conheceram) estar de volta novamente. Já para não referir o facto de ter sido atacada nestes últimos dias pelas minhas próprias hormonas. E perguntam vocês...mas é possível ser-se atacado pelas próprias hormonas? Bem, todas as mulheres que já tiveram síndroma pré-menstrual e todos os homens que já foram agredidos física ou psicologicamente por uma mulher com síndroma pré-menstrual sabem que sim...é possível ser-se atacado a controlado pelas próprias hormonas... Adiante...em resumo, toda esta parafernália de acontecimentos debilitaram em muito as minhas capacidades verbais, motivacionais e inspiracionais (se é tal capacidade existe...), especialmente claro, o regresso do José Castelo-Branco. De qualquer das formas após me ter recomposto destes terríveis acontecimentos, aqui estou eu pronta dar uma resposta ao Sr. Borges e a todos os nossos leitores.


"Portanto, cá está. a raça humana é dada às gracinhas. Podemos até classificar os grandes ditadores e terroristas como artistas de stand-up comedy pois sem eles, practicamente não havia piadas para contar. (...) A minha teoria é que este fascinio humano pelo lado morbido do mundo se prende com uma enorme vontade de rir (...)"

Sim, concordo com a primeira frase. De facto penso que a raça humana é dada ao humor, mas penso que isso acontece, não porque tenhamos uma grande vontade de rir, mas porque somos quase que obrigados a ter uma grande vontade de rir. Ou seja, fazer piadas sobre acontecimentos terríveis ou pessoas horríveis penso que será uma estratégia que alguns seres humanos têm para puder lidar com maior facilidade com tais acontecimentos. Uma forma de aliviar a tensão da situação e se distanciar do problema. Ou claro, no caso de outros seres humanos não falamos de uma estratégia, mas de uma certa pitada (ou alguns casos, resmas) de sadismo. E agora a minha dúvida...será que esta pitada de sadismo realmente existe em cada um de nós? Será que é mais potenciado por factores culturais ou talvez por factores biológicos, ou ainda, será que faz parte de alguma herença evolutiva? Ou será que são todos estes factores em conjunto?


"(...) a mente humana é curiosa por natureza e tanto os acontecimentos maus como os bons fascinam de igual modo. Talvez a diferença consista no facto dos acontecimentos bons, para além de em menor número, sejam algo dificil de interpretar (...)"

Também concordo que o ser humano é uma criatura extremamente curiosa, e que sentirá decerto um grande fascínio pelos acontecimentos em geral (bons e maus). Mas ao contrário daquilo que dizes, penso que para além de o ser humano talvez sentir um maior fascínio pelos acontecimentos maus, acho também que esse fascínio não se deve ao facto de os acontecimentos bons serem mais raros. Muito pelo contrário, penso que parte do fascínio pelo mórbido vem precisamente do facto de os acontecimentos maus não serem assim tão frequentes quanto isso. Pensa na quantidade enorme de coisas catastróficas que podiam acontecer em cada dia que passa...e no entanto não acontecem. Pensa nas probabilidades de morreres num determinado dia ou nos milhares de diferentes mortes que podes ter...e no entanto a esperança média de vida é por volta dos 70 e qualquer coisa anos. Também discordo de ti no que toca à difícil interpretação dos acontecimentos bons...penso que são os acontecimentos negativos que são mais difíceis de interpretar e talvez daí também surja um maior fascínio relativamente a eles.


"Será que estas ditas desgraças são realmente em maior número que os acontecimentos positivos? Ou será um sentimento de vítima tão característico dos seres humanos que não nos permite equilibrar a balança devidamente? Será que no fundo todo o ser humano deseja ser um mártir?"

Bem...parte das minhas respostas às tuas perguntas já foram respondidas anteriormente, através dos comentários aos teus excertos. De qualquer modo, vou recapitular. Pessoalmente eu penso que essas desgraças não são de forma alguma em maior número que acontecimentos positivos, apenas talvez precisamente pelo facto de estes acontecimentos positivos serem mais frequentes são tidos como mais banais e como são considerados "normais" por assim dizer, acabamos por vezes por não lhes atribuir o devido valor. Na verdade, you don't know what you got 'till it's gone. Por vezes só conseguimos dar valor à paz, quando estamos em guerra, só damos valor à saúde na doença, só percebemos o quão importante é ser-se amado quando nos sentimos sós...E esse, penso que é um grande problema da humanidade. Tomar sempre as coisas por vezes mais essenciais como garantidas. Será que sensação de que tudo é garantido é só uma questão de falta de humildade da nossa parte, ou será que é apenas mais fácil viver com a ilusão de que a realidade é algo estável?
A questão do sentimento de vítima...talvez pelo facto de não estarmos muito habituados a lidar com acontecimentos realmente terríveis faz com que nos julguemos vítimas com muita facilidade. Penso que isso também pode estar relacionado com o egocêntrismo próprio do ser humano. É mais fácil e confortável sentirmos pena de nós próprios e pensarmos que somos uns degraçadinhos, do que enfrentar a realidade e percebermos que temos que lutar pela nossa própria felicidade e que a nossa situação é na verdade absolutamente irrelevante comparativamente com outras pessoas. Na verdade penso que no fundo ainda temos um pedaço da criança que fomos dentro de nós a fazer birra de vez em quando.
Se o ser humano deseja ser um mártir...é possível. Mais uma vez, penso que isso está relacionado com um certo egocêntrismo que nos é característico. Talvez o desejo de ser respeitado, admirado, venerado, notado. É o que muitas vezes acontece com os idiotas dos bombistas suicídas que apenas servem como "carne para canhão" para ser desperdiçada na matança de pessoas inocentes e aos quais são feitas autênticas lavagens cerebrais, convencendo-os de que na verdade os seus actos macabros servirão um propósito maior que eles e que serão respeitados e venerados pelas suas acções. E isto lembra-me...porquê o fanatismo (não falo só em termos religiosos...o fanatismo pode abarcar várias áreas da nossa vida)? Será que existem assim tantos seres humanos desesperados para se agarrarem a algo? Será que precisam de acreditar desesperadamente em algo? Será que precisam de algo exterior que lhes preencha a vida?

Over and out.

terça-feira, março 21, 2006

It's dark... but there's no force...

Ora então vamos lá a isto...

Antes de começar a minha dissertação analíticoempírica, gostaria de enaltecer a extraordinária, diria mais, a estupidificantemente brilhante capacidade da minha colaboradora para "escolher-temas-atractivos-para-blogs-em-inicio-de-vida".

Pois imagine o caro leitor que está a "navegar" pelo mar atribulado da informação digital e, entre jogossantacasa.pt e hardcorebitches.com dá de caras com este blog. Ora, é óbvio que a primeira coisa que o meu amigo(a) vai pensar assim que lê as palavras (sim, porque o leitor deste blog é um leitor, vá, culto... porque estas coisas são para se dizer e é mesmo assim. O leitor deste blog sabe, eu repito, SABE ler palavras) "fascínio", "humano" e "mórbido" na mesma frase nem vai pensar duas vezes e vai desatar à procura do rescaldo do jogo do S.L.Benfica-Guimarães. Embora muitos dos nossos leitores estejam neste momento a pensar (sim, porque o leitor deste blog, para além de saber ler, e como se tal já não fosse suficientemente extraordinário, também pensa!!! O que faz com que o leitor deste blog esteja patamares acima do "leitor mediano" de blogs, quiçá até do "leitor bom") que esta situação é insustentável e perfeitamente desapropriada a um blog com este pedigri, é minha responsabilidade, como criador, de alertar para a beleza desta estratégia de markting publicitário.
Pois veja, enquanto o leitor procura dados sobre futebol (e os leitores da "Maria Online" procuram um qualquer conto de sadomassoquismo foleiro) está de facto, a ler este blog!

Genial!

Ca vai entao...

Que a raça humana se diverte imenso com a desgraça alheia não é novidade nenhuma (o caso da TVI, por exemplo... mas isso é outra história), a primeira reacção de um ser humano(reparem bem na igualdade entre os sexos) perante uma situação mórbida que envolva outro ser, da mesma espécie ou não, é rir! Todos já nos deparámos com uma qualquer situação em que um ente querido parte uma qualquer parte do corpo numa qualquer tentativa de inconsciente de dar um nó de pescador nas pernas, e a nossa primeira reacção, mesmo antes de ficar chocados de preocupação, é rir. No caso de acidentes em larga escala, a situação passa-se de modo diferente. Por exemplo, se neste momento um meteorito caisse em cima da Casa Branca e dizimasse todos os que lá se encontrassem, a nossa primeira reacção seria perguntar imediatamente se o Bush também lá estava. Depois, e já desiludidos por o Bush se encontrar num rancho qualquer a cair de uma cadeira, o nosso estado seria de indignação por os quatro canais da televisão portuguesa estarem a emitir as mesmas imagens e não nos deixarem ver os "Morangos com Açúcar". E quando julgava-mos que tudo já tinha passado, eis que surgem... AS PIADAS SÁDICAS! Aquelas piadas que todos nos rimos e todos dizemos «tchiii! que horror... eh eh!!!».

Portanto, cá está. a raça humana é dada às gracinhas. Podemos até classificar os grandes ditadores e terroristas como artistas de stand-up comedy pois sem eles, practicamente não havia piadas para contar.

A minha teoria é que este "fascinio humano pelo lado morbido do mundo" se prende com uma enorme vontade de rir, ou, e falando agora de um modo mais sério, a mente humana é curiosa por natureza e tanto os acontecimentos maus como os bons fascinam de igual modo. Talvez a diferença consista no facto dos acontecimentos bons, para além de em menor número, sejam algo dificil de interpretar (pois o que e bom para uns pode n ter grande significado para outros), ao passo que as chamadas desgraças acontecem ao "pontapé" e todos as assimilem muito mais facilmente.

Agora, será que estas ditas desgraças sejam realmente em maior número que os acontecimentos "positivos"? Ou será um sentimento de vítima tão característico dos seres humanos que não nos permite equilibrar a balança devidamente? Será que no fundo todo o ser humano deseja ser um mártir? Então porque que só alguns otários é que acreditam que vale a pena engolir dinamite e morrer por um mestre que nem sequer de digna a dar o exemplo?

Herrar è umano... nunca se esqueçam disto...

Saúde

The dark side of the force?

Primeiro que tudo, terei que agradecer ao meu colega Sr. Eng.º Borges a lisonjeante forma com que se referiu à minha pessoa no post anterior, no entanto, ao contrário do que o Sr. pensa eu tenho na verdade, uma opinião formada acerca das luzes ultra-violeta. A qual, contudo, acho desnecessário expor aqui neste momento por não se mostrar relevante.

Foi-me incumbida a tarefa de fazer a iniciação a este blog, isto é, de colocar o primeiro assunto na mesa e com ele todas as questões subjacentes que pretedem obter uma resposta ou talvez não... . Terei de dizer que não tem sido uma tarefa fácil pensar em algo específico para abordar. Daí uma maior demora na escrita deste post. De qualquer das formas e apesar de deambularem muitas questões de muitos assuntos na minha mente, por alguma razão estranha tenho encontrado algumas dificuldades em escolher e desenvolver um. No entanto, ontem tomei uma decisão...

Um dos fenómenos que me intriga na espécie humana é o aparente fascínio que esta apresenta pelo mórbido, pela destruição, pela desgraça, pelo sangue. Talvez já tenham reparado na forma como as pessoas se juntam quase em multidões (pelos menos nas estradas nacionais e nos locais mais pequenos) quando existe um acidente rodoviário grave. Na forma, como as pessoas olham com horror, curiosidade e adrenalina para imagens ou vídeos de acontecimentos chocantes na internet e na televisão (seja, pessoas a serem atropeladas, decapitadas, amputadas, etc.). A verdade é que (pelo menos na minha perspectiva) existe um quase inegável fascínio do ser humano por esse tipo de fenómenos. Apesar das minhas tentativas de análise dessa questão, ainda não consegui chegar a uma compreensão do problema. E pergunto-me...será este fascínio mórbido um reflexo da nossa surpresa ao aprecebermo-nos da nossa fragilidade e mortalidade? Ou será que que é reflexo de algum lado recondito, negro e sádico que faz parte da alma humana? Ou será que não é reflexo de nenhuma destas coisas? E se sim, será reflexo de quê? Deixo então estas questões a pairar no ar, para tu as apanhares (Sr. Eng.º Borges)...diz de tua justiça e ajuda-me a resolver esta charada existencial.

Over and out.

domingo, março 19, 2006

- Acto segundo: "...o estaminé..." -

A ideia fundamental deste blog é debater...

No entanto, não pretendemos recriar aqui mais uma daquelas crónicas pseudo-interactivas que vemos semanalmente na televisão a seguir ao telejornal, e que são usadas para encher aquela falha que fica ali entre as 21:00 e as 21:15, cujo conteúdo se baseia numa jornalista e num político com uma mão cheia de livros (que ele diz que leu) a falar sobre eutanásia nas grandes indústrias agro-pecuárias.

Este blog pretende debater os mais variados assuntos de uma forma mais culta e consciente. Infelizmente, os membros da Academia Sueca estão ocupados numa convenção manhosa pós lados da Faixa de Gaza, e não temos tempo para ensinar o Mourinho a falar inglês.
Mas (e antes de entrarem em pânico como que a gritar, sei lá, «socorro! é o fim!!»), é com orgulho que vos informo que temos alguem à altura do cargo. Alguem que estuda, alguem que pensa, alguem que tem uma opinião formada acerca de basicamente tudo (à excepção das luzes ultra-violeta. Parece que existem algumas incertezas quanto a esse assunto).
E não! Não sou eu.
Trata-se da Drª Raquel Vale, que é quem vem dar um pouco (não muito) de seriedade ao que aqui se trata.

O método de funcionamento é simples. Numa primeira fase (à qual foi, num grande momento de inspiração, dada o nome de Fase Experimental) , serão introduzidos os temas para a discussão, que apenas terá lugar entre mim e a doutora, ficando a interacção com os restantes leitores restringida aos coments, onde poderão deixar impressões e sugestões sobre o blog em geral, opiniões acerca dos temas tratados ou até mesmo sugerir novos temas.
Mais adiante e com o blog já em pleno gás, serão apresentados mais alguns contribuintes na equipa, que irão participar activamente na discussão através de posts.

E pronto! Este é o conceito geral... espero sinceramente que vos estimule a curiosidade e que faça com que continuem atentos ao que aqui se passa.

Saúde

sexta-feira, março 17, 2006

- Acto primeiro: "...o princípio..." -

Como um dos mentores deste projecto, foi-me incumbida a responsabilidade de introduzir os leitores deste blog (e também os leitores da 'Maria Online' que estão a ler isto por engano pensando que se vai falar de masturbação com almofadas e gravidez na mesma frase) no maravilhoso mundo da Terapia De Grupo Online.
E pergunta o caro leitor (os outros também podem perguntar se quiserem!)

Terapia de grupo? Para que serve?

Ora ainda bem que perguntaram, porque no fundo, este espaço não é mais do que uma associação de alcoólicos anónimos mais abrangente, uma vez que se trata de tudo desde o melhor detergente para tirar uma nódoa de azeite virgem extra de um vestido em seda selvagem até drogas leves.

O intuito principal deste "buraco negro" da era digital é nada mais nada menos que debater ideias, desabafar e ser recriminado por isso, e o mais importante, curar!!!
Curar de quê? Perguntam vocês? Curar de tudo o que vos apetecer!!!

Espero que se sintam como se estivessem em casa ou no trabalho em frente ao computador, sem mais nada para fazer, e a ler estas linhas como que a pensar... "Meu Deus! O fim está próximo!!!"

As sessões começarão em breve!
Saúde